11 fevereiro, 2009


Pego a felicidade pelas orelhas e grito meia dúzia de meias verdades pra ela. Falo pra ela de disciplina e ela me vomita anfetaminas coloridas. Falo pra ela de violência e ela ri com seus dentes de flores de plástico. Mostro pra ela um capítulo de novela e ela me mostra propaganda de vibradores néon. Chuto sua canela e digo que ela não existe. Ela me mostra fotografias de risos banguelas no sudão. Digo que não acredito. Ela passa a mão no meu pau, me chama de burro, diz que se eu não fosse tão ranzinza, me pagaria um boquete. Vejo ela pegando o ônibus, tomara que um terrorista católico jogue uma bíblia bomba cheio de salmos nojentos dentro do ônibus.

2 comentários:

fabiana disse...

Revoltado e intenso!
Tem coisa bem densa aí... Dá pra pensar um bocado.
Por sinal, gostei da bíblia bomba -criativo-trágico.

Lupeu Lacerda disse...

acho que assim, sim.
voltado pra revolta
puto com coisas que demoram a acontecer...
daí jogo uma bomba
na tentativa de matar a cenoura
e livrar dois coelhos, eu acho.

valeu.