19 fevereiro, 2008

1
Quem procura, acha o que não procura. E a loucura engoma as calças e pede um trocado. Na dúvida, chora. O mundo não tem ouvidos. Dos que restam acreditando em luta, morrem aos quilos, engordando estatísticas amorfas. O rádio toca uma velha canção dos beatles que não alivia em nada a dor de barriga. O que esconde a caixa de respostas? Todo mundo entende a palavra sangue. Todo mundo entende a palavra angústia. Todo mundo espera que a chuva derreta os apartamentos. Abra a guarda. O guarda chuva. Ou silencie esse tambor.
2
Atrás do rio tem uma cidade insone
Molhada pela chuva
Os loucos deixam a luz acesa, como se
Isso mudasse alguma coisa
O diário da guerra não será lido
O telefone não tocará
Fazendo uma surpresa
O desconto do conto
É a pimenta na boca dos incautos
O perfume fede
Nas narinas dos puros
Feche a guarda
O guarda chuva
Toque esse tambor.

Um comentário:

Carlos Rafael Dias disse...

Não perca sua ternura, jamais!