Entro na desordem. E não tenho idade. Ou tenho. Enfim, entro na desordem. A desordem tem uma enorme boca de cena. Cortinas vermelhas que levanto devagar. Sem medo, apenas pra manter um clima. Apenas pra ser o primeiro a ver o que se esconde atrás da cortina.
Tem um deus morto dentro do elevador. Penso se devo olhar de perto. Penso se devo enfiar meus dedos nos orifícios da balas. Foram balas? Penso se devo lamber as feridas abertas pela faca. Foi uma faca? Penso se devo procurar um bilhete de suicídio. Será que foi suicídio?
Um demônio chora sentado em uma mesa lotada de garrafas vazias de cerveja. Debaixo de sua cauda vermelha brilhante um livro de aforismos de Oscar Wilde. Sento em sua mesa. Mantenho uma distancia segura. Pergunto se posso cantarolar alguma coisa. Ele sacode a mão, entediado. Desafino Lupiscínio Rodrigues. Ele me pede um cigarro, pergunta se posso deixar uma paga antes de sair.
Uma senhora passa nua da cintura para cima, empunhando uma bandeira azul cheia de estrelas. Para no centro do palco, sacode as próteses e diz solenemente: - “de agora em diante, está permitido falar besteira”. Um pequeno porco a segue de perto, farejando seus calcanhares.
Um copo vazio corta o espaço e se espatifa em algo além da minha vista. Vejo o barulho mais do que ouço o barulho. Sempre foi assim. Desde pequeno. Vejo o barulho das lagartixas. Vejo o barulho das roupas sendo atiradas pelo chão quando ela passa. Vejo a porta se batendo. Dizendo: - fôda-se meu rei! Fui!!!
A música sai das paredes. Fala de um garoto que amava os beatles e os stones. Fala do vietnã. Vietnã? A folha do notícias populares pingando sangue ri. Vietnã... os garotos não sabem dos stones. Os garotos não tem a menor idéia de quem são os caras de liverpoool. Fritam seus miolos com dendê e armam um pequeno vietnã em cada apartamento.
Tem um deus morto dentro do elevador. Penso se devo olhar de perto. Penso se devo enfiar meus dedos nos orifícios da balas. Foram balas? Penso se devo lamber as feridas abertas pela faca. Foi uma faca? Penso se devo procurar um bilhete de suicídio. Será que foi suicídio?
Um demônio chora sentado em uma mesa lotada de garrafas vazias de cerveja. Debaixo de sua cauda vermelha brilhante um livro de aforismos de Oscar Wilde. Sento em sua mesa. Mantenho uma distancia segura. Pergunto se posso cantarolar alguma coisa. Ele sacode a mão, entediado. Desafino Lupiscínio Rodrigues. Ele me pede um cigarro, pergunta se posso deixar uma paga antes de sair.
Uma senhora passa nua da cintura para cima, empunhando uma bandeira azul cheia de estrelas. Para no centro do palco, sacode as próteses e diz solenemente: - “de agora em diante, está permitido falar besteira”. Um pequeno porco a segue de perto, farejando seus calcanhares.
Um copo vazio corta o espaço e se espatifa em algo além da minha vista. Vejo o barulho mais do que ouço o barulho. Sempre foi assim. Desde pequeno. Vejo o barulho das lagartixas. Vejo o barulho das roupas sendo atiradas pelo chão quando ela passa. Vejo a porta se batendo. Dizendo: - fôda-se meu rei! Fui!!!
A música sai das paredes. Fala de um garoto que amava os beatles e os stones. Fala do vietnã. Vietnã? A folha do notícias populares pingando sangue ri. Vietnã... os garotos não sabem dos stones. Os garotos não tem a menor idéia de quem são os caras de liverpoool. Fritam seus miolos com dendê e armam um pequeno vietnã em cada apartamento.
Um comentário:
ó, a música que eu ouvi a infância inteira (entregando a idade) e as guerras que eu não vi.
-e esse 'meu rei' mais baiano impossível. tão lindo esse jeito de vocês aí de cima.
abraços cinzas cá da terra do frio
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