Por quem os sinos dobram
Fico pensando nos meus mortos enquanto cazuza verbaliza meus sentimentos: “meus heróis morreram de overdose...” engraçado pensar no finito. No que se acaba. Na árvore que tomba sob o seu próprio peso incomensurável. Penso nos vivos que quero mortos. E nos meus mortos – tão vivos – debatendo comigo nos corredores mal iluminados do borba gato. Sebastiana me empresta comprimidos para dor de cabeça, me convida para acender velas, incensos, escutar músicas de maysa. Silencio. Gal costa “esqueçam os mortos, que eles não levantam mais”. Ela e bob dylan e caetano estão errados. Os mortos estão de pé. Cantando. Recitando poemas de amor e vida. Quero não pensar, mas não consigo. Minha vó está ali, sentada em sua cadeira de balanço, fazendo um crochê interminável. É real? É um filme de bunuel? Meu pai vem entrando agora, com uma pasta preta em cada mão. – pixote! Tudo bom? Eu? Tava no maranhão. – minha tia acabou de colocar seus óculos escuros, contar uma piada e perguntar: - será que ainda tem alguma cerveja na geladeira? Normando para o carro em frente ao bar de silvany, calças jeans surradísimas, um chapéu preto. Seu sax repousa no banco traseiro do carro. “esqueçam os mortos...” mortos não são feitos para se esquecer. São feitos para se lembrar. São para pontear nossa história. Ou pelo menos, a minha história. Meu mortos. Meu baú de brinquedos anti-matéria. Todos eles moradores do meu edifício, editando, contando e recriando a história da carochinha onde não existe final.
Fico pensando nos meus mortos enquanto cazuza verbaliza meus sentimentos: “meus heróis morreram de overdose...” engraçado pensar no finito. No que se acaba. Na árvore que tomba sob o seu próprio peso incomensurável. Penso nos vivos que quero mortos. E nos meus mortos – tão vivos – debatendo comigo nos corredores mal iluminados do borba gato. Sebastiana me empresta comprimidos para dor de cabeça, me convida para acender velas, incensos, escutar músicas de maysa. Silencio. Gal costa “esqueçam os mortos, que eles não levantam mais”. Ela e bob dylan e caetano estão errados. Os mortos estão de pé. Cantando. Recitando poemas de amor e vida. Quero não pensar, mas não consigo. Minha vó está ali, sentada em sua cadeira de balanço, fazendo um crochê interminável. É real? É um filme de bunuel? Meu pai vem entrando agora, com uma pasta preta em cada mão. – pixote! Tudo bom? Eu? Tava no maranhão. – minha tia acabou de colocar seus óculos escuros, contar uma piada e perguntar: - será que ainda tem alguma cerveja na geladeira? Normando para o carro em frente ao bar de silvany, calças jeans surradísimas, um chapéu preto. Seu sax repousa no banco traseiro do carro. “esqueçam os mortos...” mortos não são feitos para se esquecer. São feitos para se lembrar. São para pontear nossa história. Ou pelo menos, a minha história. Meu mortos. Meu baú de brinquedos anti-matéria. Todos eles moradores do meu edifício, editando, contando e recriando a história da carochinha onde não existe final.
3 comentários:
Lembrar é viver
abraço, lupeu!
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