28 janeiro, 2008


poliálogos

1
- estou no quinto andar de mim mesmo. Acho que esse deve ser o último andar. Se bobear, caio. De mim em mim. E talvez, só talvez, nem sobreviva.
- você é uma metáfora! Morde sua bunda pra não ser clichê e acaba assim: omisso. Inútil. Apático. Você é patético!!!
- eu ouvi sobre você na televisão. Eles avisaram dos novos vírus. Vírus que andam, cagam e comem como humanos. Mas você não é humana. E não engana ninguém.
- humana não né? E o que você chama conviver contigo? Um estágio, talvez? Um estudo de caso? Uma... contaminação?
- eu gosto de ler Clarice Lispector à noite, antes de dormir!
- foda-se! Você e sua literatura de almanaque!!!

2
Americanos do mundo larguem suas bombas americanos do mundo soltem-se americanos do mundo parem de nos envenenar com seus sanduíches sem realidade americanos do mundo matem suas águias e vão criar galinhas americanos do mundo vão cagar dentro de uma lata americanos de todo o mundo: sentem-se! A vovó vai contar histórias da carochinha para vocês.

3
Um amor eterno
Um terno amor
Feito de suor e espanto
De sonoridades sem sentido e
Brilhos fugidios
Um amor eterno
Estúpido e sujo amor
Feito com porrada, sêmen e palavras desconexas
Um amor, nunca eterno
Ou terno
Amor que é pura arte
Ficção e
Fricção.

4
- você é uma daquelas gordas de botero. Você faz parte do nada existencial da minha vida. Você é a arma sem alma que engole comprimidos sem culpa ou dor. Você é você demais. E isso me incomoda pra caralho!
- eu poderia te responder, mas meu tempo é valioso. Meu nariz fareja o futuro, e você... está no ralo do passado. Eu poderia rir de você, mas sua piada perdeu a graça. Sua programação é em preto e branco, e quer saber? Não passa mais em meu horário nobre.
- eu sou o sultão de Constantinopla. Comedor de vaginas multicoloridas. Fractais. Não racionais. Sultão. Insulto. Insultão.

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