tudo que eu quero é dizer que não quero tudo. poesia, azia, o sonrisal derretendo como um poema belo de leminski. séquiço sexo sacro sagrado. grau. graal. a taça de beber o saber, e saber o sabor do saber. eu quero ficar velho e depois morrer, e nada de antes.
15 agosto, 2008
Zé de diadora escuta vozes que ele não sabe de onde. Diz ele que as vezes são cantigas, bem bonitas cantigas. De outras vezes são ordens. Gritos. Músicas estranhas. Cantos de passarinhos. Pergunto se ele escuta a gente. Falando com ele também. Diz que escuta. Que é como o botão de sintonia de um rádio. Só escuta uma coisa de cada vez. As vezes ele recita estrofes inteiras de camões. Outras vezes – em filas de banco – ele fala em línguas estranhas. Dona antonina diz que ele fala alemão, javanês, carioca. Dona antonina sabe. Dona antonina lê mão e vê visage. Zé de diadora vive das graças de deus. Trabalhar mesmo, nunca. De vez um quando faz um mandado. De vez em quando não faz. Ta sem vontade. Com calundu. Dona antonina disse a minha mãe que isso é coisa de homi donzelo. Que as coisas lá dele, subiram tudo pra cabeça.
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