23 dezembro, 2009


Tudo bem então:
Eu invento o vento.
Só não me peça pra dizer
que eu gostei do filme.
Só não me peça pra dizer
que entendi a peça.
Só não me peça pra dizer
que existe tempo ainda.
Só não me peça pra
emprestar meu ombro magro
pra esse choro de última hora.
Só não me peça pra dizer
que estava lá na hora.
Só não me peça pra jurar
esse amor, que nem sei se cheira
que nem sei as horas
que não sei o nome.
Tudo bem então:
Desinvente o vento.

Um comentário:

Marta F. disse...

"Esse amor que nem sei se cheira..." e se reinventa continuamente sem qualquer propósito além da luz que lança sobre cabeças e cabeças.

Gostei da mudança da imagem da mulher borboleta, agora deitada, achou que estava cansada? Também acho, cansamos e nos recompomos neste infatigável ofício de escrever.

Desejo o melhor pra você. Marta.