26 outubro, 2009


Quero porque quero. E o querer me movimenta como se motor fosse. Ilegal. Como se fosse. Voraz como um afrodisíaco ainda não inventado. Dengo. Como se fosse dengo. Assim como se fosse um sorvete de gosto engraçado. Fruta gelada talvez. Como se fosse. Ansiedade de ver na cidade um caminho que minimize a dor de viver do resto. O cérebro, esse motor engraçado, ainda bem. Sei não das coisas que penso que sei. Abraço dado no que olha a bunda com fome. Silencio quando o que não quero ouvir salta na mesa. Deuses que envelhecem como se envelhecer não fosse. Impossível não se surpreender. Sei lá. Não sei. O a dois é quase três. Reticências onde pode haver interrogação. Eu sou o meu desejo. Eu sou o melhor que deus achou de fazer de mim. Eu sou uma instalação de um artista pop com lobotomia. É sim. Estou entregue. E tenho ânsia. E faço graça do relógio. E faço graça do tempo. Tem porra nenhuma acontecendo. Amanhã eu penso em depois de amanhã. Até porque sempre será domingo quando eu quiser.

2 comentários:

Glaycianny Pires disse...

"A dois é quase três" foi foda!
Adorei esse texto, todo.
Eu ainda não consegui ver um texto teu e não saber que é teu. Muito característico. : )



Adoro teus escritos!
=*
Um beijo

Domingos Barroso disse...

Meu camarada poetaço,
esse desejo é um vazio revelador
que nos prende e nos solta abismo abaixo... Então criamos asas ou apenas envernizamos os calcanhares.

Um forte abraço.