12 novembro, 2009


Nada a ver com essa dor no peito. Nada a ver com a constatação absoluta e intrínseca dos meus defeitos com cheiro de cocaína e vinho tinto. Procuro o vidro com as anfetaminas coloridas. Vontade de ir assim sem sim. Vontade de ir sem dormir. De verdade, não conheço mais o cara que aparece na minha identidade. Te falo isso por telefone e você foge com seus delírios mal vestidos. Com seus vestidos cor de nada. Com suas flores de plástico recicladas de garrafas pet. Nada a ver com essa ânsia. Nada a ver com a discordância das notas desse piano. De onde veio a merda desse piano? eu mastigo os seios dos meus medos. Depois os regurgito. Pro meu deleite de fim de noite. No silencio entre uma apitada e outra de um guarda que nada aguarda da vida. Que nem eu.

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