
Enfim, regurgitar a dor. Cuspi-la. Pari-la. Saber sem temor da inutilidade da cicatriz, e da sua inevitabilidade. Acordar. Respirar. Olhar a janela e procurar um jardim. Um jardineiro. Uma borboleta. Achar se faz necessário: um pequeno riso, beBê ainda e tentar faze-lo crescer. Até que ele surja imponente – uma gargalhada. Enfim, mergulhar na boceta do tempo. Ser ao mesmo tempo o pau, a boceta e o gozo. Sentir o gozo. Entrar útero a dentro. Invasor e inquilino. Crescer dentro do tempo. Abrir os olhos. Renascer. Ser. De novo um homem.
*
REPETIR: o menino magrelo comendo castanholas maduras no chão da praça. O menino olhando o muro do colégio, tão alto. O menino pescando peixes de nada na curva do rio salgadinho.
CANCELAR: as pequenas dores. Depois transformar as grandes em pequenas. Cancelar todas.
FILMAR: o primeiro riso das filhas. O por do sol no cruzeiro, lá em Santana. O beijo na boca de Ana sexta feira. O amanhecer na sé, em craterdã.
*
a cerveja gelada
no copo
pra esfriar o fogo dos olhos
do ser quase fogo
liquefeito homem
*
“e aí, bati com os olhos no luar, e alua foi bater no mar... e eu fui que fui...ficando”
*
REPETIR: o menino magrelo comendo castanholas maduras no chão da praça. O menino olhando o muro do colégio, tão alto. O menino pescando peixes de nada na curva do rio salgadinho.
CANCELAR: as pequenas dores. Depois transformar as grandes em pequenas. Cancelar todas.
FILMAR: o primeiro riso das filhas. O por do sol no cruzeiro, lá em Santana. O beijo na boca de Ana sexta feira. O amanhecer na sé, em craterdã.
*
a cerveja gelada
no copo
pra esfriar o fogo dos olhos
do ser quase fogo
liquefeito homem
*
“e aí, bati com os olhos no luar, e alua foi bater no mar... e eu fui que fui...ficando”