14 maio, 2009



E que deus abençoe os cínicos.
Os degenerados.
Os poliglotas.
E que a noite não seja uma criança,
e que envelheça comigo.
E que tenha entre os dedos um
cigarro esquisito e que não faça mal algum.
Um naipe de metal na mão certa.
Um solo de guitarra.
E que deus legisle em causa própria
E não deixe a criação
Comer a bunda do criador.
Que deus demore mais no por do sol
E diminua o horário de trabalho,
Se der, me volte no tempo:
Me faça ter de novo dezoito, ou oito,
Quero aprender a rir de novo como um menino
E aprender a ser cínico
Porque depois de caim, eu sei:
Deus só abençoa os cínicos, os degenerados
E os filhos da puta dos poliglotas

Um comentário:

Elandia Duarte disse...

Escritos que me preenchem nestes últimos tempos...