31 outubro, 2008


O celular me liga no mundo e sei, continuo desligado. detesto isso de ser achado a qualquer hora. Gostava quando os telefones viviam presos. Iguais a cachorros ferozes. Presos em suas cordinhas enroladinhas. A gente via eles lá, nos cantos das paredes, cobertos com pequenas toalhas de crochê, ou as vezes, presos também com pequenos cadeados. Um dia eles se soltaram. Pularam das paredes para os cintos. Depois para as bolsas, os bolsos. Um dia, vão andar sozinhos. Falar entre si. Planejar a destruição de todos os humanos.

7 comentários:

Álvaro Andrade disse...

Se a última frase se pretendia trash, tá valendo.
O resto, de resto, tá ótimo.
Mini-crônica na medida.

Lupeu Lacerda disse...

valeu meu camarada.
acho que é tudo meio trash sim
coisa de momento raivoso
e saudade

Marta F. disse...

Também sinto saudade...

Ricardo Thadeu (Gago) disse...

Será que eles vão criar pé e nos dizimar?
Vou ligar pra a polícia!
Ops...


¡adiós!

Marta F. disse...

Ligue não Ricardo, todos estão grampeados. Por isso fica até constrangedor dizer qualquer coisa por telefone...

Antonio Sávio disse...

Faz um tempo que passei por aqui e sempre que volto tenho uma boa surpresa, algo novo, real e surreal a me esperar. Genial Lupeu. Um abraço poeta!

Antonio Sávio disse...

Aliás, tomo aqui a liberdade de fazer uma postagem no meu blog com o poema.