07 abril, 2008


E então moça do sobrenome esquisito, eu resolvi dar nome aos bois. O primeiro, eu vou chamar de Eurípides, e todos os que vierem dele, serão os “filhos de Eurípides”. O segundo eu chamarei de dumará. Por quê? Realmente não sei. Bois, ao que eu sei, praticamente se autodenominam. São como semibreves em uma música. Ou pequenos pingos de vermelho em uma tela hiper realista de alguém sem nome lá pras bandas de muito longe. Então, moça do cabelo preto que nunca vi, resolvida a questão da nomenclatura bovina, vamos ao sentido exato. Lato. Ato. Saudade. É certo, nunca te vi e provavelmente não verei nessa encarnação. Logo, essa saudade deve ser a ausência de um ser, que sei, vem de um: planeta/asteróide/poeira cósmica similar ao meu. Você vê e faz história com a história que você conta. E vai contar. Contará? Eu canto histórias que conto enquanto a história me carrega pela mão como uma sacola de supermercado. Rala. Fininha. Vai rasgar exatamente na esquina. Olha lá, as laranjas rolando no asfalto. Agora não dá mais. Deixa rolar. Eu. Ateu. Atoa. Ativista de um sonho sem bandeira. Cadê a bandeira? Roubaram a bandeira na brincadeira de vinte anos atrás. Eu não sei quem roubou a bandeira moça do cabelo comprido. Eu te digo da saudade? Não digo. Eu te digo que dentro de mim tem uma festa. E meu coração, anfitrião onipresente se faz de mágico em todos os lugares. Escutando? Celso blues boy. Bebendo, amarulla talvez. Dependendo da hora um café amargo. Fumaça subindo pro nariz. Abrindo os olhos pro dia. Dizendo bom dia como quem determina: bom dia! Então bela moça do cabelo comprido, eu estou pegando aqui o meu espanador de penas de dromedário. Com ele vou espanando as minhas e as tuas dores – quando possível – e rindo o meu e o teu riso – quando necessário. Então eu digo? E precisa? Sobre o nome. Um nome. Nome. No no no no meu meu meu meu. Meunomeunome? Então moça. Tenha um bom dia. Aliás, tenha bons dias. E que o sol se ponha leve como um solo de sax chamando a noite. Falo de saudade? Falo não. Falo de gratidão. Bom conhecer pessoas que a gente nem conhece.

5 comentários:

Anônimo disse...

isso, determinando: bom dia!

:) toma, teu sorriso e teu café amargo.

Gabriela. disse...

Apaixonado???

Ricardo Thadeu (Gago) disse...

1/2 lá, 1/2 cá.
Mais prá lá do que pra cá.

Lupeu Lacerda disse...

gabi, voce sabe como é difícil se apaixonar por uma nuvem?

ricardo, a literatura é confessional - no meu caso - mas...

para gabi e ricardo:
o motor da minha loucura/literatura é movido com esse combustível: paixão.

mas especificamente nesse caso, a musa do meu fado é só isso: musa do meu fado. tenho milhares de quilômetros como motivos para sonhar.

Anônimo disse...

Tem umas caídas de real que são fodásticas e eu caí. Caí do cavalo verde de novo. Mudo minha avaliação para ‘muito massa’.